quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Continuam os protestos dos pescadores saharauis no porto de Bojador


Forças militares e policiais marroquinas controlam o Porto de Bojador

Pelo terceiro dia consecutivo foi impedida a entrada de pescadores saharauis no porto de Bojador, que reclamam o seu direito a pescar nas suas próprias águas. Desde segunda-feira, 10 de Janeiro, a polícia marroquina impede-os de aceder às suas embarcações.

Em protesto pela sua expulsão do porto de Bojador, mais de 70 pescadores saharauis concentraram-se à entrada do porto às 16 horas de ontem, 12 de Janeiro, o que desencadeou uma imediata e violenta reacção por parte da policia marroquina, que de novo foi avisada pelos colonos marroquinos. Os saharauis foram imediatamente dispersos e alguns, como Elkharrachi Ebbaha, ameaçados de serem presos.

A polícia marroquina alegou que os saharauis careciam das licenças necessárias para pescar. Respondendo os saharauis que os únicos que obtêm licenças são os colonos.

“Temos que pagar 1.500 Dirham (150€) para obter a licença”, declarou um pescador saharaui, "simplesmente, não temos como pagar".

Os pescadores saharauis calculam que haja 1000 colonos marroquinos que tenham recebido licenças para o porto de Bojador, ao passo que não há mais do que 10 saharauis que as tenham recebido.

Os pescadores queixam-se de que as autoridades de ocupação frequentemente impedem-nos de pescar, especialmente nesta época em que é permitida a pesca de marisco, do polvo e da lula. Marrocos abriu o período de pesca no dia 5 de Janeiro.

“O marisco é transportado imediatamente para as cidades de Marrocos, como Agadir ou Casablanca. Não temos qualquer benefício destas capturas, nem sequer comemos marisco", acrescenta outro pescador. "Mas as autoridades marroquinas não têm o directo de impedir-nos de entrar nas nossas águas e pescar para viver".

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