Resgatar a "história oculta e esquecida" das
"graves violações de direitos humanos" sofridas pela "população saharaui
desde 1975 até à atualidade" é o objetivo de um extenso relatório apresentado
hoje em San Sebastián coincidindo com o Dia Internacional dos Direitos Humanos.
"El Oasis de la Memoria, Memoria Histórica y Violaciones
de Derechos Humanos en el Sahara Occidental", é o título deste relatório,
baseado na análise de 261 casos e em entrevistas pessoais realizadas a vítimas
que, graças ao seu relato, resgatam uma "história não conhecida" e uma
"prova de resistência", refere Carlos Martín Beristain, um dos
autores da notável obra juntamente com Eloisa González Hidalgo.
O primeiro volume faz uma análise das violações de direitos humanos
através de casos individuais e coletivos em diferentes períodos históricos, que
vão desde os bombardeamentos como o de Um Dreiga, às "desaparições forçadas"
e outras violações que, segundo Martín Beristain, se estendem ao longo de
"37 anos".
O segundo volume centra-se no impacte que esta situação provocou
nas vítimas e seus familiares e nos pedidos de verdade, justiça e reparação, assinalou
o autor, ao mesmo tempo que refere que as últimas páginas foram reservadas aos
"passos" que haverá que dar para "empurrar a agenda de um conflito
esquecido", entre eles "repensar o papel da comunidade
internacional" ou impulsionar uma "verificação " sobre o respeito
dos direitos humanos.
Aminetu Haidar durante a apresentação do relatório em San Sebastián |
Na apresentação, em San Sebastian, interveio o Presidente Câmara
de Donostia, Juan Carlos Eizagirre, e a ativista saharaui dos Direitos Humanos Aminetu
Haidar.
Autores de " El Oasis de la Memoria”
Eloísa González
Hidalgo — é doutora em Direito Internacional pela Universidade Carlos III
de Madrid.
Carlos Martín
Beristain — é médico e doutor em Psicologia Social. Trabalha há 24 anos na América
Latina e no País Basco vítimas da violência e organizações dos DD.HH.. Foi
coordenador do relatório “Guatemala Nunca Más”, e trabalhou como assessor em Comissões
da Verdade no Perú, Paraguai e Equador. Fez várias peritagens para o Tribunal Internacional
de Direitos Humanos foi consultor do Tribunal Penal Internacional em vários
países de África.
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