terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Relatório resgata a "história oculta e esquecida" do povo saharaui



Resgatar a "história oculta e esquecida" das "graves violações de direitos humanos" sofridas pela "população saharaui desde 1975 até à atualidade" é o objetivo de um extenso relatório apresentado hoje em San Sebastián coincidindo com o Dia Internacional dos Direitos Humanos.

"El Oasis de la Memoria, Memoria Histórica y Violaciones de Derechos Humanos en el Sahara Occidental", é o título deste relatório, baseado na análise de 261 casos e em entrevistas pessoais realizadas a vítimas que, graças ao seu relato, resgatam uma "história não conhecida" e uma "prova de resistência", refere Carlos Martín Beristain, um dos autores da notável obra juntamente com Eloisa González Hidalgo.


O primeiro volume faz uma análise das violações de direitos humanos através de casos individuais e coletivos em diferentes períodos históricos, que vão desde os bombardeamentos como o de Um Dreiga, às "desaparições forçadas" e outras violações que, segundo Martín Beristain, se estendem ao longo de "37 anos".

O segundo volume centra-se no impacte que esta situação provocou nas vítimas e seus familiares e nos pedidos de verdade, justiça e reparação, assinalou o autor, ao mesmo tempo que refere que as últimas páginas foram reservadas aos "passos" que haverá que dar para "empurrar a agenda de um conflito esquecido", entre eles "repensar o papel da comunidade internacional" ou impulsionar uma "verificação " sobre o respeito dos direitos humanos.

Aminetu Haidar durante a apresentação do relatório em San Sebastián

Na apresentação, em San Sebastian, interveio o Presidente Câmara de Donostia, Juan Carlos Eizagirre, e a ativista saharaui dos Direitos Humanos Aminetu Haidar.

Autores de " El Oasis de la Memoria”

Eloísa González Hidalgo — é doutora em Direito Internacional pela Universidade Carlos III de Madrid.
Carlos Martín Beristain — é médico e doutor em Psicologia Social. Trabalha há 24 anos na América Latina e no País Basco vítimas da violência e organizações dos DD.HH.. Foi coordenador do relatório “Guatemala Nunca Más”, e trabalhou como assessor em Comissões da Verdade no Perú, Paraguai e Equador. Fez várias peritagens para o Tribunal Internacional de Direitos Humanos foi consultor do Tribunal Penal Internacional em vários países de África.

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