domingo, 3 de abril de 2011

Comunidade Internacional calada perante a greve de fome de Mohamed Halab


O jovem saharaui foi internado ontem no Hospital de Rabouni, nos acampamentos de refugiados, após 26 dias em greve de fome. As autoridades de Marrocos impedem-no de visitar os seus pais e irmãos que vivem na capital do Sahara Ocidental ocupada, El Aiún.


Mohamed Halab permanece internado no Hospital Nacional de Rabouni (acampamentos de refugiados saharauis, a sudoeste da Argélia) em estado crítico de saúde. Depois de 26 dias de greve de fome na base do ACNUR, o jovem saharaui está há 24 horas em observação. Enfermeiras e médicos do hospital cuidam da sua saúde, enquanto lhe administram glicose.

Na passada segunda-feira, 28 de Março, Mohamed Halab começou a ter vómitos e o seu nível de açúcar desceu para 50 (o normal na sua idade é entre 90 e 100), ante tal situação os médicos acharam necessário levá-lo de urgência para o hospital, uma vez que ele corria o risco de entrar em estado de coma hipoglicémico.

Mohamed Halab, de 24 anos, iniciou a sua greve de fome no dia 7 de Março, após ter tido conhecimento da recusa marroquina em o incluir no Programa de Medidas de Confiança (CBM, na sigla em ingês) levado a cabo pelo ACNUR. A decisão de empreender esta acção resulta da arbitrariedade de o excluir do programa de visitas familiares. Esta era a segunda vez que Mohamed Halab procurava visitar os seus pais, seus três irmãos e uma irmã que residem em El Aiún.

Programa de Medidas de Confiança

O programa que leva a cabo o Alto Comissariado das Nações Unidas desde 2004, tem por objectivo o reencontro de famílias separadas pelo chamado “Muro da Vergonha” de 2.500km. Esta estrutura militar, finalizada em 1986, separa o Sahara Ocidental ocupado por Marrocos, dos Territórios Libertados e dos acampamentos de refugiados situados em território argelino.

Mohamed Halab

Nascido na cidade de El Aiún em 1986, Mohamed Halab viu-se obrigado a abandonar o território ocupado na sequência das detenções e perseguições de que era alvo por parte das autoridades marroquinas de ocupação por participar em manifestações pacíficas. Desde sempre, Mohamed tem lutado pelo cumprimento dos direitos humanos e a autodeterminação do povo saharaui.

Em 2003 cruzou o muro para residir nos acampamentos de refugiados, onde tem permanecido até hoje. Entre 2005 e 2009 residiu na Líbia onde se formou em Ciências Políticas. Após o seu regresso, forma parte do Conselho da AFRAPREDESA (Associação de Familiares de Presos e Desaparecidos Saharauis) e, em Junho de 2010, é eleito responsável pela Comunicação da organização,

Para mais informação:

Abdeslam Omar, Presidente de AFRAPREDESA
Tlf. 0667 260 277

Arantxa Calero, membro da AFRAPREDESA

aranzazucalerocuenca@gmail.com
Tlf. 0668 760 499

Jordi González, jornalista
jgkapel@gmail.com
Tlf. +0034 667 535 851

Fonte:
www.saharathawra.com
territoriosocupadosminutoaminuto.blogspot.com
649 170 302

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