Os salários oficiais inscritos no orçamento de Estado são apenas uma pequena parte do que os altos comandos das Forças Armadas e Policiais de Marrocos levam como tributo todos os meses para casa. A maioria deles está envolvida em negócios escuros ou beneficiam escandalosamente da exploração dos recursos do Povo marroquino ou da desbragada espoliação das riquezas do Sahara Ocidental
Oficialmente, os salários-base dos generais de brigada, de divisão e de região militar são respectivamente de 80 000, 100 000 e 140 000 dirhams (7100, 8.900 e 12.500 € por mês, respectivamente) . O) que é bem superior aos salários brutos dos responsáveis civis, membros do governo inclusive, que rondam a uma média de 50 000 dirhams por mês ( 4500 €). A estes altos salários há que acrescentar toda uma panóplia de benefícios: habitação e viaturas, “criados”, telefone, prémios, etc. No tempo de Hassan II, pai do actual rei Mohamed VI, já havia sido instaurado, ou deixado instaurar, todo um sistema de mordomias de que beneficiavam as altas patentes das Forças Armadas: interesses na pesca e nos transportes, quintas e domínios agrícolas. Entre outros.
Este tratamento de favor contrasta chocantemente com os pagamentos aos restantes efectivos militares(no fundo, a maioria). Um sub-tenente, recém diplomado pela Academia Real de Meknès, aufere um salário base de 4000 dirhams (355 Euros). Ele pode esperar, ao fim de dez anos de trabalho e de paciência, ascender a uma promoção ao posto de comandante, que equivale ao dobro do seu actual salário. Por seu lado, o salário de um aspirante não ultrapassa os 3500 dirhams (310 Euros).
Para um oficial, os benefícios começam a ser bem visíveis a partir do posto de coronel-major: água, electricidade, gasolina, telefone, motorista, cozinheira, etc. Claro que as vantagens e benefícios são proporcionais ao posto que se ocupa, um general, por exemplo, pode beneficiar inclusive de um secretariado e de um staff de oficiais ao seu serviço.
Fonte TELQUEL
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