Christopher Ross, Enviado Pessoal do SG da ONU para o Sahara Ocidental
A sexta ronda de negociações informais sobre o Sahara Ocidental concluiu ontem na ilha de Malta sem que se tenham registado avanços. No termo das conversações de dois dias, o enviado pessoal do SG da ONU, Christopher Ross, declarou que cada uma das partes rejeitou a proposta da outra como base para as futuras negociações.
Acrescentou que para a próxima reunião, programada para o mês de Maio, as partes estudarão medidas conciliatórias e comprometeram-se a não realizar actos que possam incidir negativamente nas conversações.
Organizadas no quadro da Resolução 1920 do Conselho de Segurança, as conversações reúnem representantes de Marrocos, da Frente Polisario e dos Estados vizinhos do território da antiga colónia espanhola do Norte de África, Argélia e Mauritânia, que assistiram às reuniões de abertura e encerramento.
«Quando da próxima reunião informal, prevista para Maio, as partes decidiram, por um lado abordar um certo número de propostas inovadoras, além de medidas de apaziguamento e meios de evitar qualquer provocação que tenha impacto negativo sobre as negociações e, por outro, acordar temas de discussão, como recursos naturais e desminagem », afirmou Christopher Ross.
"Estamos muito decepcionados porque não se registou nenhum progresso. Marrocos prossegue na sua política de defender o status quo, com cegueira em relação ao que se está a passar na região e empenhado em manter o processo paralisado, esvaziando os esforços da ONU", afirmou Mohamed Beissat, representante da Frente Polisario junto da União Europeia, durante uma conferência de Imprensa em Genebra.
"Não há nenhum progresso em relação aos direitos humanos na zona ocupada do Sahara Ocidental nem à situação política", afirmou o representante saharaui. "Marrocos está a aproveitar-se da atenção mundial colocada na crise da Líbia e nas mudanças noutros países da região para ajustar contas com os activistas de direitos humanos saharauis", afirmou.
Mohamed Beissat
Acerca das revoluções que têm lugar no Norte de África, Beissat assegurou: "estamos muito contentes com os novos ares de liberdade, de democracia e de direitos humanos. Estamos convencidos de que esta nova vaga de liberdade acabará por fortalecer a luta pela autodeterminação do Sahara, que se converteu numa causa da democracia".
Mohamed Beissat, representante da Frente Polisario junto da União Europeia, criticou duramente também a posição do actual governo espanhol que, disse, "é o mais hostil à causa causa saharaui desde a época do ditador Franco".
Informação da ONU e agências
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