terça-feira, 19 de abril de 2016

Ban Ki-moon pede que a MINURSO seja restabelecida e adverte sobre o risco de guerra se isso não for feito




O Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, solicitou que sejam restabelecidas as plenas funções da missão da organização do referendo no Sahara Ocidental (MINURSO) e avisa que, se isso não for feito, existe o risco de a guerra volta à ex-colónia espanhola.

Ban refere-o no seu relatório anual sobre o conflito, a que hoje a EFE teve acesso, e que foi elaborado em plena crise com Marrocos, depois de Rabat ter exigido a saída de boa parte do pessoal civil da missão.

Segundo o chefe da ONU, o "risco de uma rotura do cessar-fogo e o retomo às hostilidades, com o perigo de uma escalada de guerra em grande escala, crescerá significativamente no caso de a MINURSO ser forçada a sair ou se veja incapaz de executar o mandato estabelecido pelo Conselho de Segurança".

No relatório transmitido ao Conselho de Segurança mas ainda não tornado público, Ban solicita a extensão por mais um ano do mandato da MINURSO e pede às potências que garantam que a mesma possa desenvolver todas as suas atividades.

"Apelo ao Conselho de Segurança a restaurar e apoiar o papel dado à MINURSO", refere no texto, no qual adverte para o "precedente" que poderia ser criado se a ONU se vergasse às exigências marroquinas.

Ban está no meio de um forte conflito com Rabat, que no mês passado anunciou toda uma série de medidas em resposta a várias declarações e gestos do diplomata coreano durante uma recente visita à região, consideradas por Marrocos como "hostis e insultuosas".

Entre outras coisas, o Governo marroquino expulsou a 73 funcionários da MINURSO e congelou as suas contribuições financeira à missão.

No seu relatório, Ban lamenta que, em vez de procurar explicações por via diplomática, Rabat tivesse optado por "comunicados públicos e organização de manifestações de protesto em Rabat e El Aaiún".

O documento, de 22 páginas, constituirá a base das discussões que o Conselho de Segurança manterá ao longo deste mês para decidir o futuro da MINURSO.


Fonte: EFE

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