O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, rejeitou este
sábado o pedido do rei de Marrocos de substituir o seu representante pessoal
para o conflito do Sahara Ocidental, informaram fontes diplomáticas.
Marrocos anunciou em maio que tinha perdido a sua confiança no
enviado da ONU para a região.
Christopher Ross era acusado por parte de Marrocos de ser
"desequilibrado e parcial" nos seus intentos de mediar uma solução no
disputado território, centro de um dos mais antigos conflitos africanos.
No entanto, numa chamada telefónica, Ban disse ao rei
Mohamed VI de Marrocos que as "Nações Unidas não têm intenção de modificar
os termos da sua mediação, cujo objetivo é promover uma solução politicamente
aceitável para ambas as partes", segundo afirmou o porta-voz das Nações Unidas,
Martin Nesirky.
Ban Ki-Moon reafirmou que Ross e o chefe da missão da ONU no
Sahara Ocidental, o alemão Wolfgang Weisbrod-Weber, "cumprirão os seus
respetivos mandatos promovendo o processo de negociação", acrescentou Nesirky
em comunicado.
Marrocos iniciou a anexação da ex-colónia espanhola do Sahara
Ocidental em 1975. A Frente Polisario, um movimento independentista apoiado pela
Argélia, lançou uma guerra de guerrilhas que durou até que as Nações Unidas
anunciaram uma trégua em 1991.
Rabat propõe uma ampla autonomia do Sahara Ocidental sob a
sua soberania. a Frente Polisario repudia esse plano e reclama "o direito do
povo saharaui à autodeterminação" através de um referendo.
Ross organizou várias rondas de negociações informais, mas
sem êxito até ao momento.
Agência FP
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