O Sahara Ocidental foi o centro de um debate de vários órgãos
de comunicação social dos EUA. O debate sobre a questão saharaui, organizado
pela “International Women's Media Foundation (IWMF)” e que se realizou em
Washington, teve como tema "direitos, recursos e refugiados e reportagens sobre
a questão do Sahara Ocidental'', reunidas particularmente por jornalistas que visitaram
o Sahara Ocidental em 2012 e 2013.
O painel era formado por Whitney Shefte, do “The Washington
Post”, Elisa Barclay da “Rádio Pública Nacional” dos EUA (NPR) e Jenn Abelson do
diário “Boston Globe”, com presença ainda de Katlyn Thomas, ex-advogada da Missão
das Nações Unidas para o Referendo do Sahara Ocidental (MINURSO) e Anna
Theofilopoulou, ex-alta funcionária da ONU.
Nas suas intervenções, antecedidas pela projeção de um vídeo
documental produzido pelo “The Washington Post” sobre a questão saharaui, os três
jornalistas norte-americanos deram o testemunho vivo da situação política e da situação
dos direitos humanos dos saharauis nos territórios ocupados por Marrocos.
Neste sentido, sublinharam a política de repressão brutal
perpetrada pelas autoridades marroquinas contra o povo saharaui, ressaltando a
pressão e obstáculos a que foram submetidos, assim como outros jornalistas
ocidentais em visita à cidade ocupada de El Aaiun em dezembro e maio passados.
"A violação dos direitos humanos, a marginalização económica
e a exclusão social são o destino da grande maioria dos saharauis que vivem nos
territórios ocupados por Marrocos", referiram.
"Visitar o Sahara Ocidental foi uma oportunidade única
para mim e uma experiência inestimável para aprender mais sobre este conflito e
falar dele apesar das dificuldades," afirmou a jornalista Elisa Barclay da
“Rádio Pública Nacional” ( RPN).
Por seu lado, Jenn Abelson, do “Boston Globe” afirmou que apesar
dos Estados Unidos e outras potências nunca terem reconhecido a soberania de
Marrocos sobre o Sahara Ocidental, o movimento de independência continua, no
entanto, sendo bloqueado.
"Quando os saharauis me agradeciam por ter vindo presenciar
a sua situação, senti que o que estávamos fazendo, como jornalistas, era
importante", argumentou a jornalista Whitney Shefte do “Washington Post”.
A advogada Katlyn Thomas, que viveu durante vários anos no Sahara
Ocidental formando parte do contingente da MINURSO, lamentou a situação do status quo da questão saharaui, e acrescentou
que o direito internacional confirma que o direito do povo saharaui à livre
determinação é a base para uma solução política do conflito do Sahara Ocidental.
Depois de condenar Marrocos por sua negativa em aceitar uma solução
para a libre determinação e recordar que a comunidade internacional não reconhece
a soberania de Marrocos sobre o Sahara Ocidental, a jurista Katlyn Thomas criticou
também a tendenciosa posição de França de apoio a Marrocos.
(SPS)
Sem comentários:
Enviar um comentário