O Governo da República Árabe Saharaui Democrática fez esta
terça-feira um apelo à comunidade internacional a pressionar Marrocos para que
cumpra com a legalidade internacional e o respeito das suas resoluções. O apelo
surge na sequência do discurso do rei de Marrocos, por ocasião do 14º aniversário
da sua entronização.
“O discurso de Mohamed VI, por ocasião do 14º aniversário da
sua chegada ao trono, está cheio de intransigência e obstinação de impor a qualquer
preço a sua ocupação ilegal do Sahara Ocidental. O discurso não mostra vontade
política para apoiar os esforços das Nações Unidas de encontrar uma solução justa
e duradoura para este conflito”, afirma o ministério da Informação saharaui.
“A interpretação que o discurso faz da última resolução do
Conselho de Segurança da ONU e o total desprezo que vota ao apelo a ambas partes
do conflito, Marrocos e Frente POLISARIO, a cooperar com o objetivo de
encontrar uma solução consensual que garanta o direito do povo saharaui à
autodeterminação, refletem, na realidade, a falta de vontade política de Marrocos
em apoiar os esforços da ONU, o Conselho de Segurança, o Secretário-Geral e o
seu Enviado Pessoal”, acrescenta o comunicado.
“O rei de Marrocos ignorou os relatórios de organizações de
direitos humanos internacionais e regionais que revelaram graves violações dos
direitos humanos nos territórios ocupados do Sahara Ocidental e declararam o seu
apoio ao estabelecimento de um mecanismo da ONU para a supervisão da situação no
território, o que reflete a vontade de Marrocos de prosseguir com o bloqueio
imposto sobre o território, assim como a repressão e violação dos direitos humanos”,
afirma o ministério da informação saharaui.
O ministério afirma que a “intransigência” marroquina de
impor pela força a ocupação ilegal do Sahara Ocidental “enfrentará a resistência
e firmeza do povo saharaui, em absoluta recusa da
ocupação marroquina”.
O comunicado insta Marrocos a reconsiderar as suas políticas
antes que seja demasiado tarde, já que “a sua ocupação do Sahara Ocidental
constitui uma ameaça à soberania dos países vizinhos dada a sua política
expansionista, aos seus povos por causa da droga, à suas economias pelo
contrabando, à sua segurança nacional pelo apoio que dá às organizações do
crime organizado, à emigração ilegal e ao terrorismo, tudo o que constitui um obstáculo
à unidade dos seus povos desejosos da construção da União do Magrebe”.
Bir
Lehlu (Territorios Libertados), 31/07/2013 (SPS)
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