terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

CONJETURAS em MARROCOS Sobre o NOVO SECRETARIO DE ESTADO dos EUA




Artigo publicado no site marroquino lemag.ma. Os artigos na imprensa marroquina sobre o novo Secretário de Estado americano sucedem-se. Todos eles, no mínimo,  pouco abonatórios para o agora responsável das Relações Exteriores dos EUA, ou até insultuosos… Preocupação ou desespero?

Em 2001, John Kerry então senador democrata do Estado do Massachusetts, endereçou uma carta ao General Colin Powel, secretário de Esyado na época, convidando-o a dessolarizar-se  de Marrocos em relação à questão do Sahara e a apoiar claramente a Polisario.

Infeliz ex-candidato à Presidência, derrotado por George W. Bush, John Kerry foi nomeado pelo presidente Barack Obama, novo secretário norte-americano dos Negócios Estrangeiros dos EUA, substituindo Hillary Clinton.

Este democrata, que se conta entre os poucos políticos americanos que se pode gabar de uma possuir uma verdadeira cultura do mundo, fluente em francês, e dotado de uma vasta experiência em assuntos internacionais, assim que a notícia da sua nomeação foi divulgada ela foi bem acolhida na maioria das capitais europeias e em Israel, mas em Rabat a sua chegada ao governo dos EUA foi encarada com grande desconfiança, dado que ele é conhecido nos meios de Washington, pelos seus estreitos laços com o lobby perolífero argelino.

Com efeito, John Kerry tem sido por vários anos o advogado da Polisario nos corredores do poder americano e no Congresso durante o tempo em que foi senador.

APOIADO PELO CLÃ KENNEDY

Apoiado pelo clã Kennedy no interior do Partido Democrata, John Kerry, que nutria e continua a ter ambições presidenciais, tem de manter as suas alianças intra-partidárias, defendendo as teses ditadas e pagas a partir de Argel a Kerry Kennedy e ao seu tio Edward Kennedy em relação à questão do Sahara.

Ele foi co-autor de uma carta dirigida ao governo republicano em 2001, apelando a que os EUA cessassem o seu apoio a Marrocos, e que obrigassem este país à organização de um referendo de autodeterminação no Sahara.

Segundo consideram alguns analistas da política norte-americana, John Kerry, ao considerar-se ainda um presidenciável, tentará fazer do seu ministérios dos Negócios Estrangeiros a sua coutada privada, ao qual irá imprimir o seu estilo e quererá utilizá-lo para fazer passar os seus pontos de vista e as dos seus apoiantes de partido, liderados pelo clã Kennedy, graças aos gordos subsídios que este lhe poderá facultar para as suas campanhas eleitorais com dinheiro de Argel.

SÉRIAS INQUIETAÇÕES MARROQUINAS

Em Rabat, relatam algumas fontes, existe uma séria preocupação, por várias razões:

Pela primeira vez, há uma inexistência de voz de reequilíbrio em Washington, pois as relações de Rabat com a Casa Branca nunca estiveram tão frias, nem o Rei Mohamed VI, nem o chefe do seu governo, Abdelilah Benkirane, visitaram até agora oficialmente Washington, nem se avistou ou falou por telefone com Barack Obama.

Hillary Clinton era, de facto, o principal interlocutor de Rabat em Washington, a sua partida e a sua substituição pelo pro-Polisario interessado que é John Kerry, é uma perda significativa para a pouco empreendedora diplomacia marroquina.

Kerry formaria ao lado de Obama um binómio na pior das hipóteses frontalmente hostil a Marrocos ou, pelo menos, no cenário mais otimista, frio e relutante em desenvolver qualquer esforço em relação a um dossiê considerado por muitos em Marrocos como verdadeiramente existencial.

Fonte: lemag.ma


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