O estado de saúde do ativista saharaui
Embarek Daoudi entra em fase crítica, que se antevê possa ser irreversível, após
48 dias em greve de fome. Apesar dos reiterados apelas da sua família, do povo saharaui
e dos distintos agentes do movimento solidário e organizações de Direitos Humanos
internacionais, não houve, até agora, qualquer reação por parte das autoridades
marroquinas nem do Tribunal Militar de Rabat para a abertura de vias de negociação
com o preso político.
Embarek Daoudi, de 58 anos, defensor de Direitos
Humanos, foi detido a 28 de setembro de 2013 na sua casa de Guelmin, no Sul de
Marrocos, juntamente com três dos seus filhos (Hassan, Brahim e Mohamed), por ter
sido quem mostrou uma fossa comum em Amgala a ativistas de Direitos Humanos estrangeiros,
onde foram exumados os restos humanos dos oito corpos de saharauis (tinham BI espanhol,
o que permitiu a sua rápida identificação) com sinais de terem sido executados.
Também se acusa Daoudi de posse de armas, vandalismo e produção de balas. Esta
acusação deve-se ao facto da polícia ter encontrado uma arma fogo no seu domicílio,
se bem que se tratasse de uma relíquia da família, que pertencia ao seu avô e
não ter sido utilizada há décadas.
Daoudi está preso por ter mostrado a fossa comum, em Amgala, a ativistas de Direitos Humanos estrangeiros, onde foram exumados os restos humanos dos oito corpos de saharauis executados em 1975 |
Daoudi Ingressou na prisão de Aït Melloul em
Agadir, mas posteriormente foi transferido para a prisão Sale 1, próxima de
Rabat, onde espera desde há 14 meses que o Tribunal Militar desta cidade fixe a
data para a realização do seu julgamento, apesar do parlamento marroquino ter aprovado
uma lei que proíbe a civis serem levados perante tribunal marcial. Esta é a principal
razão que levou Embarek Daoudi a iniciar, no passado 1 de novembro, a greve de
fome que o mantem num estado muito crítico, com severas afeções cardíacas e
renais, além de graves complicações do seu estado anímico e psicológico, debilidade
extrema por inanição.
Quatro filhos de Daoudi estão também
encarcerados. Omar e Taha, detidos a 8/8/2014, condenados a um ano, estão na
prisão de Aït Melloul; Brahim, de 20 anos, cumpre dois anos de pena na prisão de
Inzegan, estando doente com tuberculose; e Mohamed, detido em dezembro de 2013,
foi sentenciado a dois anos e cumpre pena na prisão de Tiznit.
Fonte: Radio Maizirat
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