Os fosfatos do Sahara Ocidental representam
uma riqueza estratégica para o povo saharaui mas também da humanidade. O
fósforo é imprescindível para a produção dos fertilizantes utilizados na agricultura
e dele não se conhecem substitutos.
O Sahara Ocidental possui, em Boucraa, as
maiores jazidas de fosfatos a céu aberto a nível mundial. Os fosfatos são transportados
até ao mar através de una cinta transportadora automatizada, considerada a maior
do mundo na sua categoria. Este sistema de transporte foi em parte destruído e
inoperacionalizado em múltiplas ocasiões pela Frente Polisario durante a guerra
de libertação travada contra as Forças Armadas Reais marroquinas desde 1976. Esses
ataques foram cessando gradualmente depois da mina ter sido rodeada no início
dos anos 80 pelo muro militar marroquino, estando hoje sob controlo dos marroquinos.
Mina de Fos Bucraa (territorios ocupados do Sahara Ocidental)
Quem a explora: Office Cherifien des
Phosphates (empresa marroquina mas na realidade propriedade do rei de Marrocos)
Reservas: 1.700 milhões de toneladas (de 62,5
%; 7.000 milhões de toneladas métricas)
Reservas mundiais: 67.000 milhões de
toneladas métricas (USGS, Serviço Geológico dos EUA)
«O fósforo é, sem dúvida, o recurso mineral mais
crítico do planeta» – explica Alicia Valero, investigadora do Centro de
Investigación de Recursos y Consumos Energéticos (CIRCE), de Zaragoza-. «E o
motivo é porque a agricultura depende quase inteiramente do fósforo como
fertilizante e, sobretudo, porque não existe um substituto para o fósforo».
Este caráter insubstituível explica por si só a importância estratégica da mina
de Fos Bucraa; a determinante posição de força de Marrocos como primeiro
exportador mundial de fosfatos (o primeiro produtor é a China mas, com bom
critério, o país restringiu a exportação do mineral) e, em termos geopolíticos,
a invasão do Sahara Ocidental em 1975.
Fonte: yorokobu.es
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