O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) marroquino,
entidade dependente do Governo, apresentou hoje um relatório sobre a saúde mental
no país e alertou para a sua "alarmante situação" devido ao total
alheamento das políticas públicas.
No relatório apresentado hoje em Rabat, o CNDH afirma que as
principais deficiências são a grave escassez de pessoal médico e paramédico: só
existem 172 psiquiatras no setor público e 131 no privado.
Marrocos dispõe apenas de 27 estabelecimentos públicos
especializados no tratamento de doenças mentais, e a capacidade de camas no conjunto
destas estruturas é de apenas 1.725, segundo dados do Ministério da Saúde, mas
mesmo assim esse número tem vindo a diminuir.
O relatório destaca as más condições de vida a que estão submetidos
os pacientes durante a sua hospitalização, a estigmatização geral dos doentes e
daqueles que os tratam e a falta de interesse que se presta à saúde mental de
crianças, adolescentes e anciãos.
O relatório afirma que a maioria dos estabelecimentos não
dispõe de ambulâncias, a roupa de cama está em "estado deplorável", os
quartos de isolamento são "inumanos e insalubres" e as casas de banho
encontram-se, na maioria dos centros visitados, muito deterioradas.
Outro grave problema — refere o relatório — é que os estabelecimentos
psiquiátricos concentram-se no eixo Rabat-Casablanca, enquanto as regiões do interior
estão particularmente desprovistas de serviços especializados.
Fonte: agência
EFE
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