Oubbi Buchraya Bachir e a representante da Polisario na Suíça, Omaima Mahmud Abdeslam |
07-04-2021 - ECS - Ontem, terça-feira, uma delegação saharaui teve uma longa reunião com altos funcionários da Cruz Vermelha Internacional na sede de organização, em Genebra, centrando-se o encontro sobre a nova situação no Sahara Ocidental, especialmente nos territórios sob ocupação militar marroquina.
A delegação saharaui era composta pelo membro do Secretariado Nacional e Representante da Frente Polisario encarregado da Europa e da União Europeia, Oubbi Buchraya Bachir, bem como pela representante da Polisario na Suíça, Omaima Mahmud Abdeslam, que informou os funcionários da organização sobre a evolução da situação no Sahara Ocidental no terreno e a realidade da guerra que exige que a Cruz Vermelha internacional desempenhe o seu papel, especialmente à luz das contínuas campanhas de repressão e represálias das autoridades marroquinas contra civis saharauis.
Chamaram também a atenção para as represálias ilegais a que a ativista saharaui Sultana SidBrahim Khaya está sujeita na cidade ocupada de Bojador, bem como para a situação do preso político saharaui pertencente ao grupo Gdeim Izik, Mohamed Lamin Haddi, que luta contra a morte atrás das grades na prisão de Tiflet 2 (Marrocos), longe da sua terra natal.
Face ao terrível aumento dos crimes perpetrados pela força ocupante — o Reino de Marrocos — contra civis saharauis, ativistas dos direitos humanos e jornalistas, a delegação saharaui instou uma vez mais a Cruz Vermelha a assumir as suas responsabilidades diretas no Sahara Ocidental ocupado, em conformidade com o seu mandato e as exigências do direito humanitário internacional.
A delegação saharaui não deixou de expressar o descontentamento da Frente Polisario, considerada o Movimento de Libertação Nacional Saharaui e membro da Quarta Convenção de Genebra desde 2015, sobre uma delegação do CICV em visita aos territórios ocupados com o Crescente Vermelho Marroquino, sendo esta visita explorada pela ocupação para fins de propaganda incompatível com a missão da organização e a imparcialidade no cerne do seu mandato, especialmente quando se trata da situação jurídica clara no Sahara Ocidental.
É de salientar que em Julho passado, a delegação saharaui manteve conversações com altos funcionários do CICV para abordar a situação dos presos políticos saharauis detidos nas prisões marroquinas e a responsabilidade da organização internacional no Sahara Ocidental enquanto território militarmente ocupado pelo Reino de Marrocos.
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