sexta-feira, 30 de abril de 2021

Em Marrocos, 20% dos mais ricos ganham mais de metade do rendimento do país

 

Alguns milhares de pessoas marcharam pelas ruas de Casablanca, a capital económica de Marrocos, no dia 23 de fevereiro para denunciar a desigualdade social, exigir a libertação dos "presos políticos" e apelar à "verdadeira democracia", informou a AFP. Foto Fadel SENNA/AFP


A crise sanitária levou a um aumento da pobreza sete vezes superior, especialmente nas zonas urbanas.

 

Le Monde- 29-04-2021 - Um quinto dos marroquinos mais ricos ganha mais de metade do rendimento recebido por ano a nível nacional, excedendo o "limiar socialmente tolerável", de acordo com um estudo publicado na quarta-feira 28 de Abril pelo Alto Comissariado para o Planeamento (HCP).

Ao mesmo tempo, 20% dos mais desfavorecidos detêm apenas 5,6% do rendimento recebido pelas famílias marroquinas, diz o instituto marroquino responsável pelas estatísticas.

Um quinto dos que auferem maiores rendimentos ganha — com um rendimento médio anual por pessoa de 57.400 dirhams (cerca de 5.300 euros) — 10 vezes mais do que os 20% da população com menos posses (6.000 dirhams, ou cerca de 550 euros anuais).

 

Repensar o modelo de desenvolvimento

As disparidades são gritantes entre as zonas rurais e urbanas, de acordo com este estudo realizado entre finais de Dezembro de 2019 e Março de 2020. Vários relatórios nacionais e internacionais tinham, no passado, alertado para as disparidades sociais do país.

No final de 2019, o rei Mohamed VI tinha encarregado uma comissão especial de repensar o modelo de desenvolvimento e reduzir as disparidades sociais. A publicação do relatório tem sido aguardada há algumas semanas.

Altamente afectada pela crise sanitária, a economia contraiu-se em 7,1%, de acordo com os números provisórios publicados no final de Março pelo HCP. A pandemia também causou uma explosão de pobreza em Marrocos, que aumentou sete vezes, especialmente nas áreas urbanas, e aprofundou "profundas desigualdades", de acordo com a mesma fonte.

 

Le Monde com AFP

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