Mohamed VI: Um discurso que traduz isolamento e desespero...? |
Mohamed VI pede aos parlamentares
mais empenhamento na questão do Sahara
O rei Mohamed VI de Marrocos reprovou
esta sexta-feira os parlamentares do seu país pela falta de empenhamento na questão
do Sahara Ocidental na defesa da tese marroquina ante "a situação difícil"
em que se encontra este conflito.
Em discurso perante os membros
das duas Câmaras parlamentares por motivo da inauguração do ano parlamentar, Mohamed
VI destacou "algumas debilidades" dos parlamentares na hora de
abordar o caso do Sahara Ocidental através de iniciativas que se revelam
"insuficientes".
"A situação é difícil. Nada
está decidido ainda", admitiu Mohamed VI, que acrescentou que" as
manobras dos adversários da nossa integridade territorial (em referência aos
independentistas) não vão parar, o que poderá colocar a nossa causa antes etapas
decisivas".
O rei não fez alusão a nenhuma
situação específica, mas falou de "de maiores desafios que nós conseguimos
superar este ano", numa provável alusão ao plano que os EUA apresentaram em
abril para ampliar as prerrogativas da MINURSO, com o objetivo de que fossem
vigiados os direitos humanos no Sahara Ocidental.
Após uma ofensiva nacional e
internacional (que conseguiu o apoio de Paris e Madrid), Marrocos conseguiu
afirmar a sua rejeição ao plano apresentado, pelo que a MINURSO permanece
dedicada exclusivamente a monitorar o cessar-fogo e preparar um referendo de
autodeterminação que não chega a realizar-se devido a diferenças
irreconciliáveis entre Marrocos e a Frente Polisario.
O monarca alauita pediu aos parlamentares
que não se contentem em mobilizar-se ante um "perigo iminente" contra
a tese marroquina, mas que tomem a iniciativa de "antecipar-se aos acontecimentos",
apesar de saber-se em Marrocos que a gestão do Sahara não passa pelo Parlamento
ou pelo próprio governo, mas sim a partir do palácio real.
O rei de Marrocos dedicou uma
boa parte do seu discurso a criticar a gestão dos assuntos locais das cidades,
concretamente de Casablanca, cidade que descreveu como um "espaço de grandes
contradições ", cheia de disparidades sociais estruturais.
Fonte: EL MUNDO (11.10.2013)
Efe | Rabat
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