Madrid,
11 nov. (EFE)- O delegado da Frente Polisario em Espanha, Bucharaya Beyun,
denunciou hoje que "nenhum governo tenha querido reparar a última injustiça
do Governo franquista" e advertiu das consequências para os interesses
geoestratégicos espanhóis. Em conferência de imprensa por motivo da inauguração
em Madrid na próxima sexta-feira da 39.ª Conferencia Internacional de Apoio ao Povo
Saharaui, Beyun explicou que "Espanha não está fazendo nada" para
resolver o conflito no Sahara Ocidental, a ex-colónia espanhola."Está pondo
em perigo os seus interesses geoestratégicos", afirmou em relação aos possíveis
investimentos na economia do território, atualmente ocupado por Marrocos e em processo
de descolonização e autodeterminação sob os auspícios das Nações Unidas.
Após
reiterar as denúncias da Frente Polisario pela "prepotência e intransigência"
marroquina no conflito, considerou que o atual rei de Marrocos, Mohamed VI, proferiu
um "discurso quase suicida" por ocasião do 39.º aniversário da Marcha
Verde. O também membro do Secretariado Nacional da Frente Polisario atribuí as palavras
do monarca ao que descreveu como desafio de Marrocos a "à benevolência do
Ocidente" e citou a "chantagem" a Espanha com Ceuta e Melilla e
as «pateras» de imigrantes ilegais. Alertou que esta situação está a "empurrar
os saharauis para posições extremas e para a radicalização".
O presidente da Coordenadora Estatal de Associações
Solidárias (CEAS) com o Sahara, José Taboada, pediu face ao " próximo ano
eleitoral" o voto para "os partidos que defendem a liberdade no Sahara".
O próximo 14 de novembro
será uma "data triste", pois em 1975 foram subscritos os acordos tripartidos de Madrid pelos
quais o território [do Sahara Ocidental] ficou debaixo do controlo de
Marrocos e da Mauritânia. Não obstante, referiu
que em Espanha "há um novo cenário político, uma nova realidade que se
abre" e lamentou que as cúpulas dos partidos maioritários façam uma "política
distinta da que pedem os seus militantes".
EFE
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