O presidente do Conseil National des Droits de l'Homme
marocain (CNDH), foi hoje severamente interpelado pelos eurodeputados sobre a
situação dos direitos humanos nos territórios saharauis ocupados por Marrocos ,
soube-se de fonte europeia em Bruxelas.
Intervindo perante os membros da subcomissão dos direitos do
Homem no Parlamento Europeu, o presidente do CNDH, Driss El Yazami, foi "severamente"
interpelado por eurodeputados sobre a "situação calamitosa" dos
direitos humanos nos territórios saharauis ocupados.
Entre as diversas queixas recordadas pelos eurodeputados
figuraram a "tragédia sangrenta" de Gdiem Izik em 2010, a morte do militante
saharaui, Hassan al Wali, a tortura, o isolamento dos presos de opinião que não
podem receber visitas, inclusive pelos deputados europeus, e os maus tratamentos
que lhes são infligidos.
Sobre estes pontos, o representante marroquino tentou
"em vão" estabelecer uma "distinção artificial" —
rapidamente rejeitada pelos deputados —, entre os aspetos políticos e a abordagem
dos direitos humanos em relação ao Sahara Ocidental.
Driss El Yazami, um ex-opositor que virou cão-de-caça do Mahkhen |
O orador, forçado a reconhecer a força
"desproporcional" em El Aaiún ocupada, recusou "obstinadamente"
a responder sobre a hostilidade do governo marroquino à ampliação do mandato da
MINURSO ao monitoramento dos direitos da homem, num isolamento que o levou a reconhecer
que estes são territórios disputados "internacionalmente".
Alguns deputados disseram estar "indignados" quanto
às "respostas tendenciosas" sobre a questão do Sahara Ocidental,
questionando a utilidade dos serviços regionais da CNDH nos territórios
ocupados, cuja missão verdadeira parece ser "seguir" e "remover"
as atividades de apoiantes da independência.
(APS)
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