terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Sahara: a União Europeia agride os Direitos Humanos no Dia Internacional dos DDHH

 

Hoje, o Parlamento Europeu (PE) decidiu renovar o acordo de pesca UE- Marrocos, permitindo a entrada nas águas do Sahara Ocidental, território que é ocupado militarmente por Marrocos desde 1975. “Hoje é um triste dia para a paz internacional e os Direitos Humanos” afirma o Observatório dos Recursos Naturais do Sahara Ocidental (WSRW). A decisão foi tomada no aniversário do prémio Nobel da Paz e no Dia Internacional dos Direitos Humanos.

“A decisão tomada hoje pelo Parlamento Europeu, significa um golpe duro para o povo saharaui o qual, segundo a legislação internacional, tem o direito a ser ouvido em relação às atividades económicas que se realizam na sua terra ocupada. Hoje, a UE não teve em consideração esse direito. Hoje, mais do que nunca, ficou demonstrado que a retórica da UE sobre Direitos Humanos é vazia de conteúdo” afirma Erik Hagen, Presidente do WSRW.

Duzentos e quatro (204) eurodeputados votaram contra o acordo, frente a trezentos e dez (310) a favor e quarenta e nove (49) abstenções.

Os proprietários das reservas pesqueiras objeto da votação vivem ou sob a brutal ocupação marroquina ou como refugiados nos acampamentos de Tindouf (Argelia). Mais de cem resoluções das Nações Unidas (ONU) clamam pelo direito à autodeterminação do povo saharaui. Nenhum Estado no mundo reconhece a soberania de Marrocos sobre o Sahara Ocidental.

No passado fim-de-semana, uma manifestação na capital do Sahara Ocidental contra os planos da UE- Marrocos, para as águas do território, foi dispersada violentamente pelo polícia marroquina. Vinte saharauis foram feridos. A situação é cada vez mais tensa e aumenta o número de saharauis que se sentem ignorados e frustrados pela insistência da UE em eleger Marrocos como aliado de negócios na sua terra, enquanto faz vista grossa às violações graves e sistemáticas dos Direitos Humanos perpetrados por Marrocos no Sahara Ocidental.

Marrocos passa a receber quarenta milhões de euros por ano por dar a sua autorização ao acesso a umas águas que não lhe pertencem.

Além de violar a legislação internacional e não respeitar o direito internacional à autodeterminação, o acordo é um péssimo negocio para as reservas pesqueiras da região. Uma recente reportagem da Greepeace, instava a UE a não renovar o acordo por questões meio-ambientais.

Para mais informação contactar:
Erik Hagen, Presidente de Western Sahara Resource Watch, tel (+47) 45265619.

Fonte e foto: wsrw.org

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