Mohamed VI |
Em Marrocos, o silêncio dos vizinhas incomoda e inquieta.
Para "remover" a situação, Rabat cria uma polémica para obrigar os vizinhos
a pronunciarem-se sobre o tema. Agora, diz que a Mauritânia recebeu dinheiro da
Argélia para apoiar a MINURSO a vigiar os direitos humanos...
Na sua busca de um argumento que eleve o moral dos
marroquinos na batalha perdida do Sahara Ocidental, o Makhzen precisa do
conforto dos seus vizinhos, cuja posição vale o seu peso em ouro neste conflito.
Especialmente a Mauritânia, um país que participa em todas as reuniões
realizadas sob os auspícios da Organização das Nações Unidas. Nouakchott
continua a reafirmar a sua neutralidade no conflito no Sahara Ocidental. Mas
parece que o facto de este país ter o cuidado de evitar pronunciar-se sobre
esta questão levanta preocupações em Rabat. Então, o governo marroquino
pronuncia-se através dos media lançando polémicas com o objetivo de levar os responsáveis
dos países vizinhos a pronunciarem-se sobre a questão.
Assim, “Al Akhbar Info”, um jornal mauritano conhecido pelas
suas afinidades com Marrocos, acaba de anunciar que "a Argélia pressiona a
Mauritânia a jogar um papel no projeto de vigilância dos Direitos do Homem ".
"A aceitação pela Mauritânia da proposta da Argélia e
da Frente Polisario de intervir no dossiê dos direitos humanos no Sahara Ocidental
azedou as relações diplomáticas entre Nouakchott e Rabat", afirma esta
fonte.
Na Tunísia, o jornal tunisino "Assour", escreveu
que a Tunísia "está-se preparando para reconhecer a Polisario". A
mesma fonte relata uma "crise marroquina-tunisino no horizonte." Num
comunicado emitido a 5 de dezembro, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da
Tunísia emitiu uma declaração em que reitera a posição de princípio da Tunísia
sobre o Sahara Ocidental e seu compromisso com a "neutralidade
positiva" para com todas as partes envolvidas. O problema é que, em Marrocos,
mesmo a neutralidade incomoda.
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