sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Em Marrocos, o silêncio dos vizinhos perturba

Mohamed VI

Em Marrocos, o silêncio dos vizinhas incomoda e inquieta. Para "remover" a situação, Rabat cria uma polémica para obrigar os vizinhos a pronunciarem-se sobre o tema. Agora, diz que a Mauritânia recebeu dinheiro da Argélia para apoiar a MINURSO a vigiar os direitos humanos...

Na sua busca de um argumento que eleve o moral dos marroquinos na batalha perdida do Sahara Ocidental, o Makhzen precisa do conforto dos seus vizinhos, cuja posição vale o seu peso em ouro neste conflito. Especialmente a Mauritânia, um país que participa em todas as reuniões realizadas sob os auspícios da Organização das Nações Unidas. Nouakchott continua a reafirmar a sua neutralidade no conflito no Sahara Ocidental. Mas parece que o facto de este país ter o cuidado de evitar pronunciar-se sobre esta questão levanta preocupações em Rabat. Então, o governo marroquino pronuncia-se através dos media lançando polémicas com o objetivo de levar os responsáveis dos países vizinhos a pronunciarem-se sobre a questão.

Assim, “Al Akhbar Info”, um jornal mauritano conhecido pelas suas afinidades com Marrocos, acaba de anunciar que "a Argélia pressiona a Mauritânia a jogar um papel no projeto de vigilância dos Direitos do Homem ".

"A aceitação pela Mauritânia da proposta da Argélia e da Frente Polisario de intervir no dossiê dos direitos humanos no Sahara Ocidental azedou as relações diplomáticas entre Nouakchott e Rabat", afirma esta fonte.

Na Tunísia, o jornal tunisino "Assour", escreveu que a Tunísia "está-se preparando para reconhecer a Polisario". A mesma fonte relata uma "crise marroquina-tunisino no horizonte." Num comunicado emitido a 5 de dezembro, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Tunísia emitiu uma declaração em que reitera a posição de princípio da Tunísia sobre o Sahara Ocidental e seu compromisso com a "neutralidade positiva" para com todas as partes envolvidas. O problema é que, em Marrocos, mesmo a neutralidade incomoda.


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