A ativista saharaui dos direitos humanos Aminetu Haidar será
ouvida na Audiência Nacional (Supremo Tribunal de Espanha) sobre genocídio
marroquino no Sahara Ocidental.
A defensora dos direitos humanos saharaui prestará
declarações na próxima 4.ª feira na Audiência Nacional (Supremo Tribunal de
Espanha) contra altas individualidades de Marrocos acusadas de genocídio no Sahara
Ocidental. O processo aberto na Audiência Nacional por genocídio e torturas
cometidos no Sahara Ocidental entre 1976 e 1987 volta a ganhar um novo impulso quatro
anos e meio depois de várias associações de familiares de presos e
desaparecidos terem apresentado queixa. A investigação incide sobre 13 altos
responsáveis marroquinos, entre eles, Hosni Bensliman, chefe da Gendarmeria
Real, nomeado pelo monarca marroquino em 1985. Trata-se do único alto cargo da
segurança nacional nomeado ainda por Hassan II que se mantem ainda no cargo
durante o reinado de Mohamed VI. Sobre Bensliman pesa ainda uma ordem de detenção
internacional emitida por França pela sua alegada implicação no assassinato do opositor
marroquino Mehdi Ben Barka, em 1965.
O juiz espanhol Baltasar Garzón abriu o processo em 2007, mas
a instrução ficou paralisada após uma comissão rogatória solicitada a Marrocos
em outubro de 2008 nunca ter sido respondida. O substituto de Garzón, Pablo
Ruz, reativou em novembro a investigação e citou 14 testemunhas saharauis. A
ação foi interposta em setembro de 2006 contra 31 marroquinos a quem se responsabilizava
do desaparecimento de 542 pessoas depois da Espanha ter abandonado o Sahara Ocidental
em 1975.
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