As negociações de pesca UE-Marrocos
foram o primeiro ponto da agenda do Conselho Europeu do passado dia 1 de março.
À porta fechada, a Comissária Damanaki
informou os Estados Membros da UE sobre a situação das negociações bilaterais.
Se bem que as questões técnicas pareçam
estar resolvidas, a Comissária afirmou que existem ainda dois assuntos pendentes:
o capítulo financeiro e o Sahara Ocidental.
Segundo a agência noticiosa Europapress,
enquanto a União Europeia parece disposta a pagar entre 25 e 28 milhões de
Euros a troco dos direitos de pesca, Marrocos está a exigir pelo menos 38 milhões
de Euros.
Rabat também parece relutante em
aceitar as exigências da Comissão Europeia de fornecer informações detalhadas
sobre a utilização dos recursos recebidos pelo acordo de pesca e sobre a insistência
da UE no que respeita aos direitos humanos no Sahara Ocidental.
Em carta enviada há 10 dias à
Comissária Damanaki, a Western Sahara Resources Watch (WSRW) referiu a
necessidade de incluir uma componente de direitos humanos como componente base nas
negociações, dada "a situação atual, em que o Parlamento Europeu denuncia
violações dos direitos humanos no Sahara Ocidental e em que os representantes
do povo saharaui que tentam se expressar livremente estão a ser condenados inclusive
a prisão perpétua. "
Os Estados membros estão
divididos sobre a questão. Enquanto a Espanha e França querem chegar a um
acordo o mais rapidamente possível, outros, como a Polónia e Portugal, com
interesses semelhantes na obtenção de quotas, mostram-se contrários a fechar o
negócio ignorando o fator dos direitos humanos.
Os países escandinavos, Reino
Unido e Países Baixos enfatizam a importância de uma cláusula de direitos
humanos e a produção de relatórios que analisem a situação.
Já faz mais de um ano desde que o
Parlamento Europeu rejeitou o anterior acordo UE-Marrocos, que levantava sérias
dúvidas sobre a sua viabilidade económica, a sua sustentabilidade e a legalidade
da inclusão do Sahara Ocidental.
Não foi fixada ainda uma data
para a sexta ronda de negociações entre Marrocos e a Comissão Europeia.
Fonte: WSRW
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