A ativista saharaui Aminetu Haidar reclamou hoje,
quarta-feira, que o Governo espanhol assuma a "sua responsabilidade",
na sua qualidade de "potência colonial", na defesa "da verdade e
da justiça" no Sahara Ocidental e advertiu da necessidade de preservar a
"cultura dos Direitos Humanos" a fim de evitar uma deriva violenta do
conflito saharaui.
"Espanha tem que reconhecer a existência do povo saharaui
e a necessidade de que haja verdade e justiça", declarou Haidar à agência Europa
Press, no final de uma audiência no Congresso de Deputados, em que apresentou o
relatório 'El
oasis de la memoria. Violaciones de Derechos Humanos en el Sáhara Occidental',
em companhia do diretor da Amnistia Internacional-Espanha, Esteban Beltrán, e
de Carlos Martín Beristain, psicólogo perito em Direitos Humanos, antigo assessor
do Tribunal Penal Internacional (TPI) e coautor do relatório.
"Espanha tem uma responsabilidade como potência
colonial e deve assumir essa responsabilidade", advertiu. "É necessário
fazer justiça sobre o passado e o presente e, sobretudo, em relação ao acampamento
de protesto de Gdeim Izik" nos arredores de El Aaiún, assaltado pelas forças
de segurança marroquinas em novembro de 2010, prosseguiu.
"Há que salvar a vida dos 25 presos que foram condenados
a penas muito duras, inclusive a prisão perpétua, apenas por serem ativistas e
defensores de opiniões a favor da autodeterminação do Sahara Ocidental", manifestou
a ativista.
Segundo Carlos Martin Beristain, que durante a apresentação
do relatório denunciou a existência de pelo menos 400 desaparecidos saharauis, a
delegação pediu aos deputados uma "posição clara" de Espanha a favor
de que a missão da ONU no Sahara O (MINURSO), que será renovada no próximo mês
de abril, receba um mandato de monitorização dos Direitos Humanos.
Madrid,
20-03.2013 (EUROPA PRESS)
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