Os saharauis não pedem
ao Presidente francês que condene as violações dos direitos humanos no Sahara, nem
que reconheça a RASD. Pedem apenas que a França deixe de interferir no trabalho
de Ban Ki-moon e do seu Enviado Pessoal Christopher Ross. Que a França não impeça
que o Conselho de Segurança responsabilize a MINURSO pela vigilância e
monitorização do respeito dos direitos humanos no Sahara Ocidental.
A França é o primeiro parceiro económico de Marrocos em matéria
de investimento e trocas comerciais. Só podemos incentivar que essas relações
contribuam para melhorar a vida diária dos marroquinos.
O Presidente François Hollande deslocar-se-á a Marrocos
entre 3 e 4 de abril em visita oficial, três meses depois da que realizou à
Argélia. No seu programa, um discurso aos membros do Parlamento marroquino.
Os saharauis não pedem ao Presidente francês que aborde, no
seu discurso, o tema do Sahara Ocidental nem que condene a repressão e as
violações dos direitos do Homem cometidas por Marrocos no Sahara Ocidental perante
o olhar da comunidade internacional. Pedem-lhe simplesmente que não impeça a MINURSO
de vigiar o respeito dos direitos do homem no Sahara Ocidental. De não
interferir no trabalho do SG da ONU e do seu Enviado Pessoal, Christopher Ross.
Se a França considera que o plano de autonomia apresentado
por Rabat é "uma base séria de negociação", é seu direito de ter a sua
própria visão sobre a resolução deste conflito. Mas Paris não tem o direito de
se ingerir na questão ao ponto de impor o seu ponto de vista ao Secretário-Geral
da ONU, cujos relatórios foram, muitas vezes, modificados pelo embaixador
francês nas Nações Unidas. O «forcing» sobre a autonomia pretende objetivamente
afastar toda outra solução que permita aos Saharauis exercer o seu direito à autodeterminação,
um direito reconhecido por todas as resoluções da ONU.
Marrocos invadiu o território do Sahara Ocidental a tiros de
canhão e bombardeamentos, em violação dos princípios de descolonização e da
intangibilidade das fronteiras. Apoiá-lo é contrário aos princípios que
conduziram a França a intervir militarmente no Mali.
Fonte : Diaspora
Saharaui
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