O ministro saharaui dos Negócios
Estrangeiros, Mohamed Salem Uld Salek, afirmou hoje que o enviado pessoal do Secretário-Geral
das Nações Unidas para o Sahara Ocidental não pode cumprir a sua missão
enquanto a França, país membro permanente do Conselho de Segurança da ONU,
continuar a dar o seu apoio a Marrocos. "É tempo de resolver a questão saharaui para que se possa adquirir a paz, a calma e a fraternidade na região, antes que as coisas escapem a qualquer controlo", advertiu, por seu lado, Moulay Bibatt, presidente do Conselho Consultivo Saharaui.
"França, país dos direitos humanos,
apoia Marrocos que ocupa ilegalmente o Sahara Ocidental", acrescentou Salek,
que lamentou que, por um lado, França intervenha militarmente em vários países,
entre eles o Mali, para "impor a democracia" e, por outro lado,
continue a apoiar Marrocos, "um país que comete crimes atrozes contra o povo
saharaui apenas por reclamar a paz e a independência".
Uld Salek instou a comunidade
internacional a atuar com urgência para evitar "a deterioração da situação
que pode ter consequências incalculáveis para a estabilidade da região".
“A paciência tem limites”
Por seu lado, o presidente do
Conselho Consultivo Saharaui (CCS), Moulay Bibatt, declarou também hoje que
"a paciência dos saharauis chegou aos seus limites, face à situação
crítica em que vivem".
"A paciência dos saharauis atingiu
os seus limites e as questões de violações de direitos do Homem e de usurpação da
terra dos saharauis não podem mais ser toleradas", afirmou Bibatt à
imprensa, na sequência de um encontro com Christopher Ross.
O presidente do CCS sublinhou que
o povo saharaui "não é mais capaz de conter os impactos potenciais que
podem surgir de uma situação marcada por um cúmulo de quase 40 anos de luta e
sofrimento, e que se tornou insuportável, podendo mesmo representar uma ameaça
para a paz e a estabilidade em todo região".
"É tempo de resolver a
questão saharaui para que se possa adquirir a paz, a calma e a fraternidade na
região, antes que as coisas escapem a qualquer controlo", advertiu Bibatt.
(SPS)
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