Christopher Ross e José Manuel García-Margallo |
Ross adverte que o statu
quo atual está ameaçado pelo extremismo e o terrorismo no Sahel
O Enviado Pessoal do SG das Nações Unidas para o Sahara
Ocidental, Christopher Ross, fez um apelo ao diálogo para resolver o conflito do
Sahara Ocidental, ao mesmo tempo que advertiu que o status atual da antiga colónia espanhola está "ameaçado" pelo
"auge" dos "elementos criminosos, terroristas e
extremistas" baseados na região do Sahel.
Em comunicado divulgado após a reunião mantida esta
segunda-feira com o ministro de Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel
García-Margallo, o Enviado Pessoal de Ban Ki-Moon reiterou que é necessário
continuar a procurar soluções para pôr fim ao conflito do Sahara e advertiu de
que conformarem-se com o estatus atual
constitui um erro.
"O conflito sobre o estatuto final do Sahara Ocidental prolongou-se
durante 37 anos, demasiado tempo. Ainda que, para alguns, possa parecer
tentador acreditar que é arriscado procurar opções para conseguir a paz e que o
statu quo é, pelo menos estável,
estou convencido de isso constitui um erro de cálculo, especialmente quando o statu quo está agora ameaçado pelo
surgimento de elementos criminosos, terroristas e extremistas na região do
Sahel", afirmou Ross.
Neste sentido, advertiu que se se mantém esta "nova
situação" no Sahara, "poderá rebentar de novo a violência e hostilidades
que seriam trágicas para o povo do Sahara Ocidental e para o Norte de África em
geral".
"Este conflito deve resolver-se e creio que pode
resolver-se se houver uma vontade de comprometimento com um diálogo real e um compromisso
para encontrar uma solução que seja honrosa para todos", explicou. Ross afirmou
que pediu às partes que aceitem participar em "negociações sérias" e
que solicitou a atores "chave" da comunidade internacional que usem a
sua influência para promover o diálogo. "Numa região em transição, este
prolongado conflito não pode continuar", assegurou.
Após a reunião mantida com García-Margallo, Ross sublinhou a
importância da contribuição espanhola para a resolução do conflito no Sahara Ocidental
e o "compromisso" e "apoio material" que o país tem dado ao
seu trabalho de mediação.
Ross referiu-se também à sua recente viagem a Marrocos, Argélia
e Sahara, no âmbito da sua missão de aconselhar as partes a encontrar uma
"justa, duradoura e mutuamente aceitável" e que respeite o direito de
"autodeterminação" do povo saharaui.
Depois de visitar Madrid esta semana, Ross referiu que tem
previsto visitar as capitais dos países do Grupo de Amigos do Sahara Ocidental
(França, Espanha, EUA, Reino Unido e Rússia) e, posteriormente, voltar ao Norte
África para continuar a sua mediação no conflito do Sahara.
Madrid,
12 de novembro de 2012 (EUROPA PRESS)
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