Afinal, são mais do que se pensava inicialmente. A polícia
marroquina expulsou nas últimas horas do território do Sahara Ocidental 21 cidadãos
espanhóis e quatro noruegueses, simpatizantes da causa independentista
saharaui.
Segundo afirmou à EFE Carmelo Ramírez, presidente da Federação
Estatal de Instituições Solidárias com o Sahara, que viajava junto com Josefa
Milán, vereadora da Câmara Municipal de Telde, e a jornalista Laura Gallego, a Polícia
marroquina obrigou-os a abandonar El Aaiún, capital administrativa del Sahara Ocidental,
meia hora depois de terem chegado à cidade.
Os três espanhóis chegaram esta manhã a El Aaiún em
autocarro desde a cidade marroquina de Agadir, e dirigiram-se à casa do ativista
Hasana Duihi, membro da Associação Saharaui de Vítimas dos Direitos Humanos
(ASVDH).
"Uns 20 polícias à paisana tocaram à porta, tiraram-nos
o passaporte, disseram-nos para recolhermos imediatamente as nossas coisas e
meteram-nos num táxi com direção a Marraquexe", afirmou Ramirez, que
acrescentou: "não nos deram nenhuma explicação".
Além destes três espanhóis, fontes consulares espanholas — que
receberam a informação da Polícia e da Gendarmaria marroquinas — explicaram à
EFE que há um grupo de oito espanhóis que foram conduzidos na tarde-noite de ontem
de El Aaiún para Agadir e outro de dez pessoas que foram enviados para Marraquexe.
As autoridades marroquinas insistiram no facto, ou na versão,
de os mesmos " não estarem detidos", mas não dão nenhuma razão que
justifique a sua expulsão do território da ex-colónia espanhola.
Nenhuma fonte oficial marroquina quis comentar estes
acontecimentos, apesar dos pedidos dos meios de comunicação.
Aos espanhóis há que juntar um grupo de quatro noruegueses,
membros das juventudes dos partidos políticos do seu país, que também foram expulsos
ontem e conduzidos para Agadir, segundo referiu à EFE, Kris Hallingstad, um dos
membros do grupo.
As expulsões foram efetuadas por polícias vestidos à paisana,
e em quase todos os casos os polícias marroquinos envolvidos afirmaram ser sua intenção
retirar do território os estrangeiros "por razões de segurança" ante um
previsível aumento da tensão nos próximos dias.
EFE
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