sábado, 17 de novembro de 2012

Parlamento Europeu: "afirmar que o Sahara Ocidental é marroquino é o mesmo que dizer que a terra é quadrada" afirma eurodeputado Willy Meyer

Willy Meyer, eurodeputado espanhol e
vice-presidente da Comissão de Assuntos Exteriores do PE
Karim Ghellab, presidente da Câmara de Representantes de Marrocos, foi esta semana à Comissão de Assuntos Exteriores do Parlamento Europeu e ouviu aquilo que não terá gostado de ouvir…
Vários eurodeputados, das mais diferentes famílias políticas, e dos mais diferentes países da EU, contestaram a alegada “marroquinidade” do Sahara e insurgiram-se contra a sistemática violação dos direitos humanos nos territórios ocupados e a espoliação dos seus recursos naturais. Particularmente contundente foi a intervenção do eurodeputado da Izquierda Unida, de Espanha, Willy Meyer. Vale a pena saber o que disse.

"Lamento muito que venha aqui, ao Parlamento Europeu, para dizer-nos que o Sahara Ocidental pertence a Marrocos porque, por muito que o ocupem militar e policialmente, saqueiem as suas águas e espoliem os seus recursos, tanto o Direito Internacional como as Nações Unidas deixam claro que não é assim: o Sahara Ocidental é um Território Não Autónomo em processo de descolonização ", afirmou Meyer no início da sua intervenção.

"Não venha ao Parlamento Europeu dizer-nos que o Sahara é marroquino — prosseguiu Meyer — porque é o mesmo que viesse dizer-nos que a Terra não é redonda, que é quadrada, e que não gira em torno de um eixo".

Karim Ghellab
"O que é verdade, é que o Plano Baker II estabeleceu a realização de um referendo de autodeterminação para que, de uma vez por todas, os homens e mulheres saharauis possam decidir o seu futuro e que o Governo de Marrocos não faz outra coisa que não seja colocar problemas, espiando e pondo obstáculos à missão da MINURSO, tal e como referiu ante o Conselho de Segurança o próprio Ban Ki Moon ", afirmou o eurodeputado.

"Pedir-lhe-ia que solicite à força ocupante, ou seja ao seu Governo, que cumpra com o Direito Internacional e permita a entrada às diferentes missões de observadores internacionais, e aos eurodeputados e representantes eleitos que assim o desejem, para que se possa observar in situ a situação dos direitos humanos nos Territórios Ocupados".

"Eu próprio tentei visitar por duas vezes sem êxito a cidade ocupada de El Aaiún e inclusive, na segunda ocasião, fui expulso violentamente pelas forças de ocupação marroquinas", concluiu o Vice-presidente da Comissão de Assuntos Exteriores do Parlamento Europeu.

Sem comentários:

Enviar um comentário