Willy Meyer, eurodeputado espanhol e vice-presidente da Comissão de Assuntos Exteriores do PE |
Vários eurodeputados, das mais diferentes famílias
políticas, e dos mais diferentes países da EU, contestaram a alegada “marroquinidade”
do Sahara e insurgiram-se contra a sistemática violação dos direitos humanos nos
territórios ocupados e a espoliação dos seus recursos naturais. Particularmente
contundente foi a intervenção do eurodeputado da Izquierda Unida, de Espanha,
Willy Meyer. Vale a pena saber
o que disse.
"Lamento muito que venha aqui, ao Parlamento Europeu, para
dizer-nos que o Sahara Ocidental pertence a Marrocos porque, por muito que o
ocupem militar e policialmente, saqueiem as suas águas e espoliem os seus recursos,
tanto o Direito Internacional como as Nações Unidas deixam claro que não é assim:
o Sahara Ocidental é um Território Não Autónomo em processo de descolonização ",
afirmou Meyer no início da sua intervenção.
"Não venha ao Parlamento Europeu dizer-nos que o Sahara
é marroquino — prosseguiu Meyer — porque é o mesmo que viesse dizer-nos que a Terra
não é redonda, que é quadrada, e que não gira em torno de um eixo".
Karim Ghellab |
"O que é verdade, é que o Plano Baker II estabeleceu a
realização de um referendo de autodeterminação para que, de uma vez por todas, os
homens e mulheres saharauis possam decidir o seu futuro e que o Governo de Marrocos
não faz outra coisa que não seja colocar problemas, espiando e pondo obstáculos
à missão da MINURSO, tal e como referiu ante o Conselho de Segurança o próprio
Ban Ki Moon ", afirmou o eurodeputado.
"Pedir-lhe-ia que solicite à força ocupante, ou seja ao
seu Governo, que cumpra com o Direito Internacional e permita a entrada às diferentes
missões de observadores internacionais, e aos eurodeputados e representantes
eleitos que assim o desejem, para que se possa observar in situ a situação dos
direitos humanos nos Territórios Ocupados".
"Eu próprio tentei visitar por duas vezes sem êxito a
cidade ocupada de El Aaiún e inclusive, na segunda ocasião, fui expulso violentamente
pelas forças de ocupação marroquinas", concluiu o Vice-presidente da Comissão
de Assuntos Exteriores do Parlamento Europeu.
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