A aprovação da resolução de 25 de abril de 2013 em que se
prorroga por mais um ano o mandato da presença da MINURSO sem a dotar do Monitoramento
dos Direitos Humanos (depois dos mais variados relatórios sobre as constantes
denúncias sobre violações e torturas sofridas pela população saharaui sob ocupação
marroquina, e sobre os quais fizeram luz os relatórios das organizações com
mais credibilidade na matéria: Human Rights Watch e Amnistía Internacional, além
do Relator da ONU contra a Tortura e a Fundação Kennedy pela Justiça e os Direitos
Humanos), é simplesmente uma provocação para que a população saharaui pegue em
armas para defender os seus legítimos direitos, se não mesmo a sua
sobrevivência, como pessoas com o direito de viver com dignidade no seu próprio
território.
A falta de compromisso da comunidade internacional e dos organismos
que governam os destinos da humanidade, hoje, mais do que nunca, olham para o lado
na defesa dos princípios e valores que dizem defender numas partes do mundo,
enquanto noutras simplesmente estão ausentes.
No caso do Sahara ocupado por Marrocos a população que grita
contra a repressão fá-lo de maneira pacífica e protegida por mulheres que advogam
por uma solução que respeite o direito à autodeterminação. Uma população em minoria
em comparação com um exército armado até aos dentes e reforçado por
paramilitares e forças auxiliares que reprimem qualquer saharaui que ouse dizer
que aspira à liberdade. Prova disso são as manifestações levadas a cabo nas cidades
saharauis de Aaiún, Dakhla, Bojador, onde a repressão, uma vez mais, foi brutal
e, especialmente, contra as mulheres.
Para as mulheres saharauis, que acabamos de realizar a nossa
III Conferência Internacional de Apoio à nossa Resistência, que é a de todo o
povo saharaui, parece-nos uma resposta contrária aos valores e princípios inscritos
na Carta Magna das NN.UU. Os nossos anos de luta por educar a sociedade na cultura
da paz, foi hoje ferida e sangra como nunca. Estamos seguras de que Marrocos não
respeitará nem um ápice os DD.HH nem no Sahara nem no seu próprio país. Aos
países que apostaram por Marrocos no Conselho de Segurança e à palavra dada por
Mohamed VI devem-lhe exigir que, ao menos não os desacredite a eles próprios. Entretanto,
os e as saharauis seguiremos com a nossa exemplar luta (pagando um alto preço,
derramando o nosso sangue) até que nos seja permitido exercer o nosso direito de
autodeterminação
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