sábado, 27 de abril de 2013

A União Nacional das Mulheres Saharauis sobre a Resolução 2099 do Conselho de Segurança: Direitos Humanos?



As Nações Unidas e a Comunidade Internacional, lideradas pelas “grandes potências“, são responsáveis pelo genocídio que se perpetra contra o pequeno e pacífico povo saharaui, e especialmente contra a população civil saharaui sob ocupação marroquina.

A aprovação da resolução de 25 de abril de 2013 em que se prorroga por mais um ano o mandato da presença da MINURSO sem a dotar do Monitoramento dos Direitos Humanos (depois dos mais variados relatórios sobre as constantes denúncias sobre violações e torturas sofridas pela população saharaui sob ocupação marroquina, e sobre os quais fizeram luz os relatórios das organizações com mais credibilidade na matéria: Human Rights Watch e Amnistía Internacional, além do Relator da ONU contra a Tortura e a Fundação Kennedy pela Justiça e os Direitos Humanos), é simplesmente uma provocação para que a população saharaui pegue em armas para defender os seus legítimos direitos, se não mesmo a sua sobrevivência, como pessoas com o direito de viver com dignidade no seu próprio território.

A falta de compromisso da comunidade internacional e dos organismos que governam os destinos da humanidade, hoje, mais do que nunca, olham para o lado na defesa dos princípios e valores que dizem defender numas partes do mundo, enquanto noutras simplesmente estão ausentes.

No caso do Sahara ocupado por Marrocos a população que grita contra a repressão fá-lo de maneira pacífica e protegida por mulheres que advogam por uma solução que respeite o direito à autodeterminação. Uma população em minoria em comparação com um exército armado até aos dentes e reforçado por paramilitares e forças auxiliares que reprimem qualquer saharaui que ouse dizer que aspira à liberdade. Prova disso são as manifestações levadas a cabo nas cidades saharauis de Aaiún, Dakhla, Bojador, onde a repressão, uma vez mais, foi brutal e, especialmente, contra as mulheres.



Para as mulheres saharauis, que acabamos de realizar a nossa III Conferência Internacional de Apoio à nossa Resistência, que é a de todo o povo saharaui, parece-nos uma resposta contrária aos valores e princípios inscritos na Carta Magna das NN.UU. Os nossos anos de luta por educar a sociedade na cultura da paz, foi hoje ferida e sangra como nunca. Estamos seguras de que Marrocos não respeitará nem um ápice os DD.HH nem no Sahara nem no seu próprio país. Aos países que apostaram por Marrocos no Conselho de Segurança e à palavra dada por Mohamed VI devem-lhe exigir que, ao menos não os desacredite a eles próprios. Entretanto, os e as saharauis seguiremos com a nossa exemplar luta (pagando um alto preço, derramando o nosso sangue) até que nos seja permitido exercer o nosso direito de autodeterminação

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