É conhecido o apoio que o Rei de Marrocos recebe (ou recebia)
dos políticos e da imprensa francesa, particularmente em relação ao Sahara Ocidental.
Pode haver várias explicações para o apoio da elite francesa em relação ao majzen, mas não há nenhuma dúvida que uma
das mais importantes, senão mesmo a principal, é a corrupção. Agora, uma
ex-ministra francesa, conhecida amiga do majzen,
acaba de o confirmar num programa da televisão francesa: que o majzen corrompe políticos e jornalistas.
Informação importante e que há que tomar nota em relação a Espanha.
I. MICHÈLE
ALLIOT-MARIE, EX-MINISTRA DA DEFESA FRANCESA, RECONHECE QUE O REI DE MARROCOS
CORROMPE POLÍTICOS E JORNALISTAS FRANCESES
Na emissão de 5 de abril do programa "Zemmour &
Naulleau", na cadeia "Paris Première" o jornalista Eric Zemmour fazia
uma entrevista (das que nenhum jornalista faz em Espanha a um político) a
Michèle Alliot-Marie que, entre muitos cargos, foi ex-ministra de Defesa.
No decurso da entrevista (minuto 14:00; houve o seguinte
diálogo:
Zemmour: " Há
uma grande intimidade entre a classe política francesa, tanto de direita como de esquerda, e as elites e dirigentes dos 3 países
magrebinos, em particular com a Tunísia e Marrocos. Há a impressão que o rei de
Marrocos, sem necessidade de o nomear, «compra» toda a classe política francesa"
Alliot-Marie: "E mediática!"
Zemmour: " Tem
toda a razão. E mediática. Recebendo-os e acolhendo-os no famoso hotel Mammounia..."
II. CONFIRMA-SE A TESE
AVANÇADA NO “PERIODISTA DIGITAL” EM NOVEMBRO DE 2010.
Numa entrevista que me fez o "Periodista Digital" e
que foi publicada a 10 de novembro de 2010, afirmei precisamente isso:
Seja como for, o 'sultão' alauita continua a cometer todo o tipo
de crimes sem que Espanha levante a voz. Porquê? Difícil dizer, mas Carlos Ruiz
Miguel apontou uma hipótese interessante:
" Porque razão a França continua a ter uma posição
favorável a Marrocos? Porque Marrocos tem subornado uma parte importante da
classe política francesa e financiou campanhas eleitorais, o que é reconhecido
como um financiamento ilegal em grande escala. Isso significa que esses
políticos corruptos apoiam Marrocos e não é algo que eu tenha inventado, é o que
confessou o ex-ministro marroquino do Interior referindo que alguns políticos
de esquerda e de direita franceses eram subornados"
""Isso acontece em Espanha? Em minha opinião há
indícios de que alguns partidos recebem este tipo de financiamento por parte de
Marrocos, mas não há provas, pelo menos por agora. Eu só disse que essa é uma possibilidade"
III. ALGO COMEÇA A
MUDAR EM FRANÇA
Em janeiro de 2012, um jornalista marroquino perseguido pelo
majzen, Ali Amar, juntamente com o
jornalista francês que melhor conhece Marrocos, Jean-Pierre Tuquoi, publicaram
um livro muito importante que foi ABSOLUTAMENTE SILENCIADO em Espanha, apesar
de haver tantos e tantos articulistas e organismos que falam da questão
marroquina. Trata-se do livro "Paris-Marrakech.
Luxe, pouvoir et reseaux" (editora Calman-Lévy, Paris, 2012).
Nesse livro são analisados em detalhe casos de relações "inadequadas"
de importantes membros da elite francesa com Marrocos.
Neste momento, em minha opinião, para a opinião pública
francesa, a "amizade" de um personagem público francês com majzen é, desde logo suspeita, e tem a
ver com corrupção.
As palavras de Alliot-Marie vêm a confirmar a gravíssima
dimensão que obteve a política do majzen
ao corromper a elite francesa.
Precisamente por isso, coloquei neste meu blog, em relação à
posição francesa sobre o Sahara Ocidental, a pergunta de se o atual presidente
francês e o seu governo se estão “distanciando” do majzen...
IV. E ENQUANTO FRANÇA
MUDA... EM ESPANHA APOSTA-SE NUM CAVALO PERDEDOR
O mais surpreendente é ver como, enquanto França começa a modificar
a sua relação com o majzen, em Espanha,
ao contrário, políticos e órgãos de informação continuam-se a "majzenizar". O silêncio atroz de
políticos e meios de Comunicação face ao julgamento dos defensores saharauis dos
direitos humanos que teve lugar em fevereiro de 2013 e a condenação a várias
penas de prisão perpétua a pessoas contra as quais não há nenhuma prove
demonstra isso mesmo.
Talvez a questão pudesse mudar se em Espanha se publicasse
algum livro com o título "Madrid-Marraquexe", ou "Barcelona-Marraquexe",
ou "Sevilha-Marraquexe" (para citar os três principais focos do lobby
pro-marroquino em Espanha). Mas não parece que os jornalistas espanhóis queiram,
ou possam, estar à altura dos seus colegas franceses.
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